13/06/11
André Raposo desenvolveu importante estudo na Universidade de Oxford Uma importante descoberta do investigador português André Raposo, durante o seu pós-doutoramento na Universidade de Oxford, pode abrir portas ao desenvolvimento de novos tratamentos contra o HIV.
Em conversa com o "Ciência Hoje", o investigador explica que foram identificadas "potenciais proteínas antivirais que poderão vir a ser incluídas no desenvolvimento de vacinas/antiretrovirais contra o HIV".
O estudo, a ser publicado na edição de Julho do "Journal of Immunology", debruça-se sobre a capacidade imuno-reguladora que os linfócitos T4 (glóbulos brancos) têm em suprimir infecção por HIV em macrófagos. André Raposo explica: "Acreditamos que os macrófagos são as primeiras células do sistema imunitário a serem infectadas pelo vírus. No entanto, este não induz a morte destas células, residindo dentro delas durante largos períodos de tempo".
E é durante esse tempo que os macrófagos transmitem o vírus a outras células, nomeadamente aos linfócitos T, que acabam por não resistir ao vírus e morrem, levando à AIDS. Nas experiências em laboratório, André Raposo descobriu que os linfócitos T, antes de serem infectados pelo HIV, "segregam proteínas de grande massa molecular para o meio extracelular, que uma vez em captadas pelos macrófagos induzem a diminuição dos níveis de receptores CD4 (nos macrófagos), essenciais para o vírus entrar nas células". Sem estas moléculas "não se estabelece infecção".
Usando novas técnicas de isolamento e enriquecimento de proteínas a equipe de investigadores, em colaboração com o Centro de Espectrometria de Massa da Universidade de Oxford, conseguiu identificar as proteínas segregadas pelos linfócitos T que induzem a diminuição dos níveis de moléculas CD4 nos macrófagos.
"As proteínas identificadas não só induzem essa diminuição mas também alteram o fenótipo destas células tornando-as menos susceptíveis de serem infectadas". O trabalho descreve também os mecanismos moleculares que levam a diminuição dos níveis de CD4, e estes envolvem a atividade da proteína quinase C e do factor de transcrição NF-kB, para além das organelas especializadas na degradação de proteínas chamados os proteasomes.
Embora possa abrir portas para o desenvolvimento de novos tratamentos, "uma cura efetiva para a infecção por HIV ainda está longe de ser encontrada", diz o investigador. Contudo, "são estes pequenos passos que fazem grandes descobertas e as contribuições da ciência básica em laboratórios são essenciais para o desenvolvimento de vacinas efetivas contra o HIV".
Artigo: "Protein Kinase C and NF-KB-dependent CD4 downregulation in macrophages induced by T cell-derived soluble factors: consequences for HIV-1 infection"
( http://www.jimmunol.org/content/future/187/2 )
Aatualmente trabalha como Postdoctoral Scholar na Universidade da Califórnia em São Francisco (EUA), na Divisão de Medicina Experimental no Hospital General de São Francisco, o investigador português começou o seu percurso em Coimbra. Licenciou-se em Bioquímica na Universidade de Coimbra.
Como parte da licenciatura, no estágio científico, desenvolveu um projeto de investigação em virologia em Montpellier (França) no Instituto de Genética Molecular. Fez, depois, parte do programa doutoral do GABBA no Porto (2005) e escolheu o laboratório de imunologia retroviral do HIV na Universidade de Oxford (Reino Unido) para desenvolver o projeto de doutorado, do qual saiu este estudo. No fim do doutorado, escolheu, São Francisco (laboratório do Professor Doutor Douglas Nixon) para para desenvolver um projeto como postdoc.
"Esta cidade é um excelente local para se viver; há bastante sol (ao contrário de Inglaterra) e a investigação na área do HIV é das melhores a nível internacional". O cientista pretende continuar por São Francisco uns quatro ou cinco anos.
Origem: Biologias
Fonte/Referências: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=49551&op=all
Autor(a)/Créditos: Ciência Hoje, Luísa Marinho
Fonte/Referências: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=49551&op=all
Autor(a)/Créditos: Ciência Hoje, Luísa Marinho
link da notícia: http://biologias.com/noticias/978/Investigador-portugues-identifica-proteinas-que-podem-combater-o-HIV
comentário: Esse é um dos maiores avanço na medicina e está cada vez mais perto de descobrir uma cura para uma das maiores doenças existentes que é o HIV e com isso pode dar origem ate a outras doenças.
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